Corvo Rei


Vamos!
Semeie a violência entre os fragelados!
Destrua  as casas e cabanas de todos os seus inimigos e sacie sua sede de ódio nos corpos esquálidos e inertes da crianças cruas de afeto.
Roa sua almas e faça-as gemerem de frio quando observarem as próprias estrelas ancestrais desertarem dos céus.
Vamos! Você tem essa adaga na mão e pode fazer muitas coisas com ela,inclusive me matar.
Então... Por que apenas olha com esses grandes olhos cheios de piedade como se assim pudesse aliviar a minha dor de existir?
Como se seu falso afeto e sua caridade matinal pudessem me tirar deste nimbo da consciência onde agora me acho?
Por que você deixa isso esvair-se? Por que não diz as coisas que realmente são verdadeiras e deixa as outras para contar na igreja?
Prossiga!
Destruindo mentes,construindo zigurates,derrubando reis e tomando mulheres a contra gosto.
Seja o pior e ganhe o melhor.
E deixe-me,deixe-me estar.
Sem vento,sem casa,sem segurança.
Sem piedade e sem culpa também,porque as horas de medo tornaram-se sussurros e agora a casa ganhou um novo papel de parede.
Voe como um maldito pássaro de mau agouro e  pregue a tragédia e a miséria humana,deixe-me aqui,sem ter sentido e sem poder seguir sua cobardia.
É fácil tirar lágrimas de olhos sensíveis a luz,mas é difícil extrair mel das pedras,pedras onde só se vê jorrar fel.
Faça o mundo deixar de ter fé,invente um número pra você,violente a intuição.
Seja o abutre do homem.
E acima de tudo,não tenha pena ao ver os cadáveres à mercê dos corvos.

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