Falsificaram minha conduta e fizeram-me usar outra de escudo.
Solidificaram minhas memórias para que elas erguessem-se diante de mim como os antigos generais.
Encheram minhas veias com fogo e cólera,fazendo-o as vezes de um Vesúvio em fúria.
Derramaram meu sangue nas escadarias e depois e depois tiraram os míudos para que os senhores pudessem ter sua consciência tranquila.
Lavaram o chão com sangue,mas a pedra já havia absorvido o pecado.
Apagaram meu nome dos muros e queimaram meus escritos prodigiosos.
Deram-me ciculta por corromper mentes e profonar céus.
Lançaram-me aos leões e as bestas celesteais.
Fizeram com que a víbora adentrasse o meu corpo e destilasse seu ligeiro e vertiginoso mel dentro da minha corrente sanguínia.
Não permitiram que eu corresse pelos campos uma última vez.
Atiraram em minha alma vã.
Lavaram as mãos perante a mentira e o despudor desta prostituta virgem.
Fuzilaram-me. Queimaram-me.
E trago a marca de ferro em brasa na carne do espírito.
Cuidaram de explodir cada célula e limpar os dejetos que poderiam provar o crime.
Sou só um eco frouxo no vento e dói a cada vez que tento respirar.
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