Passei por algumas luas tentando decifrar códigos e toda a sorte de sistemas metalinguísticos.
Briguei com Saussere, fiz e desfiz laços.
Eu vi a morte, o asfalto, as feridas apodrecidas e chorei sem emitir som.
Eu quis a dor, lancei-me sem mandamentos em seus braços.
No abismo, a providência deu-me asas rubras.
Morreu em mim um pouco da poesia silenciosa com que me alimentava, tal como beija-flor na seiva.
Não fiz madrigais, odes, canções, sequer trovas.
Abandonei as Hespérides, adentrei o Hades, o Valhala.
Sorri para máquinas.
De frases mal formuladas e sem coesão e coerência bebi epopéias.
Descobri países no mapa e nomes para o vento, e mais..
Descobri imagens para os azulejos do chão e animais para os ladrilhos do céu.
Queimei karma, ouvi teorias adversas, rompi auroras, bebi sereno e néctar na madrugada das almas.
E a náusea não atormenta mais.
Mas o que sinto e é intrínseco e inerente a minha condição de criatura errante, simplesmente não tem nome, nem cor.. não tem textura.
É como um purgatório de horas, mas dentro do paraíso.
Eu não quero que me vejam, eu não quero vê-los.
É como não terminar uma canção, tendo o intento de fazê-lo.
E todos vem a música, ouvem a paisagem sublime e amarela ao redor, multifocal, sólida, real.
Mas eu, vejo as bolhas azuis ao redor, isso ninguém nunca verá.
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