A Indiferença do Céu




O céu está em festa lá fora e há gente chorando aqui.
Sua visão turvou-se,mas existe água por trás das colinas de fogo.
O céu viaja em pedaços e é provável que você quisesse que ele respeitasse sua dor.
Mas seu respeito veio em forma de celebração.
O Universo ri dos derrotados,eles não servem para outra coisa a não ser limpar o pó do mundo e enchê-lo de lágrimas inúteis.
A mãe ouviu uma profecia vinda do fundo dos bosques e mesmo assim deixou sua filha seguir a música.
O menino tomou seu violão e correu as ruas tentando se encontrar,só achou a morte.
O senhor da casa ao lado matou-se com um fio infímo de barbante,não deixou carta,nem sujeira.
Ele só queria uma morte limpa,só queria passar despercebido,como sempre fora sua vida,inerte e depercebida.

Não haviam dúvidas de que precisava-se estender a dor para entendê-la.
Precisava-se chegar no epítome da dor para livar-se dela.
O sol fazia uma estranha e solitária dança no sol,quando ninguém o olhava.
Ninguém olharia pra ele mesmo.
Uns passam pelas escadas da mente e se vão outros ficam um pouco mais,mas não entendem onde estão,
E os que se demoram e entendem completamente onde estão,são chamados de tolos por todos os sábios que não sabem onde fica a escada.
E existe ainda Deus que descobre os rostos e desfaz as máscaras da carne,mas a máscara se faz sangue e é impossível retirá-la sem ferir-se,em absoluto.
Essas palavras que voam pela cortina,caem no chão,desesperançosas.
Um dia a noite vai ser inútil e o céu se envergonhará.
A decepção inspirava,mas a inspiração não era suficiente para salvar suas vidas.
E o seu assistia a tudo com a grande sabedoria do tempo e do mistério brilhando sobre as estrelas mortas.

1 comentários:

blur 4 de fevereiro de 2010 às 04:37  

acho incrível como simpatizamos fácil por figuras que não conhecemos, mas sabemos que tentaram coisas simples como não sujar o chão ao se matar.

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ahn?

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