Minha Embriaguez



Cá estou,
Na companhia dos meus convivas;
Os velhos e os novos poetas.
E tudo o que guardei foi uma caixa com as coisas que levarei quando partir.


Cá estou,
tentando entender porque pra mim as letras ganham cores e texturas.
Vogais?
As preciosas vogais, tão engalanadas, galantes.
Mesmo a água que desce em fio pela minha garganta tem um som particular.
Eu tento escrever palavras que me façam voar,
Mas o efeito é o reverso.
Elas me aprisionam e levam-me a forca.
Velhas companheiras de viagem, não?


Tudo o que quero, no entanto,
É que as palavras não me abandonem.
Desde que ergui um panteão à poesia,
A quero em sua forma mais humana e bestial.
A quero como sarça ardente que ao queimar também clareia as pálpebras,
A quero porque quer ver.

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