Um desejo e o Talvez


Queria ter uma vida boa,depois de um dia difícil.
Ter um rio aos meus pés e recusar qualquer coisa que fosse menos que isso.
Mas não consigo terminar e ainda perco sempre o que não tenho.
Era isso? Era só uma casa vazia no fim de uma rua  de Outono?
Era tudo o que eu imaginava e fugia de tentar ver?
Eu não ouço os barulhos,acho que perdi meus ouvidos...
Não posso sequer ouvir o eco,talvez não possa falar mais! Não!
Isso foi um grito? Eu posso ver de fora,todas as goteiras que alagam aquela casa,sim eu posso.
Eu estou tão cansada de estar aqui presa nesta verdade,estou tão cansada...
Por favor,nós poderíamos conversar, sim?
Então eu te contaria as estórias dos sapos que tocam harpas e depois quando estivessemos cansados de tudo poderiamos descansar numa casca de noz,como os insetos fazem e talvez quando acordassemos,o lugar seria outro.
Ah! Deixe-me sair daqui! Eu preciso ver essas coisas que a toda hora me falam,deixe-me sentir por mim,certo?
Você tem algum livro? Tem um chá? Eu preciso desconsertar essa vida,antes que esse pacto me absorva por inteiro.
Quando eu ía a Igreja,esqueceram de contar-me que o demônio vestia-se de solidão para fazer companhia aos iludidos.
Você pode me ajudar? 
Ache uma luz,pode ser um vagalume qualquer.
Ache um lugar onde tenha uma coruja cantando o tempo todo e altos pinheiros para fechar a noite como uma cortina.
Por favor,tire essa arma de perto de mim... Eu gosto de adagas,não dessas armas sujas de pólvora!
Se quiser me matar,use o belo e o cruel,não o mundano e fácil.Por favor!
Isso não está certo,eu não poderia estar aqui,mas aproxima-se o grande final de tudo e sempre haverão grandes finais.
Eu queria acreditar em Deus,mas está muito difícil com essa arma me observando.
Mas eu preciso ver a noite,ver que mundo deixarei tão cedo...eu preciso reinar em mim.
Mas não posso deixar de temer e querer tanto,por que?
Nós poderíamos compor uma canção,não acha?
Que falasse de um dia triste onde alguém plantava cactos na praia,e eles floresciam,porque nada precisava ter sentido.
Nesses dias,nada parece ter sentido,mesmo.
Só a pólvora.

1 comentários:

blur 21 de dezembro de 2009 às 04:32  

"Quando eu ía a Igreja,esqueceram de contar-me que o demônio vestia-se de solidão para fazer companhia aos iludidos."

Essa frase por si só daria um post haha

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ahn?

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