Uma porta.
Era a pergunta e a reposta que eu tinha a minha frente.
Desde quando ela estivera ali sem que eu lhe desse um resquício da minha frágil atenção?
Não fazia muito sentido que tudo tivesse que fazer,obrigatoriamente sentido...
Qualquer tolo se contentaria em dizer que a porta estava ali porque deveria estar e que as indagações questionáveis deveriam parar por aí,mas eu deveria saber.
Estive parada naquela sala por tanto tempo e não tinha idéia de como a porta instalara-se ali.
Mas ela continua a desafiar-me como uma Esfinge. Surda. Terrivelmente humana. Cruel em sua paciência e dissimulação.
Eu queria questioná-la sobre as lágrimas que rolaram por sua madeira velha e os golpes que já havia recebido e calada,consentido com isso.
Mas meus olhos contentavam-se em aceitá-la como um fato inexorável ,uma força da natureza que existia para dar razão as minhas dúvidas... ou antes um alívio ao meu cotidiano leão.
A conclusão óbvia de tudo era quase irônica: Uma porta.
Para a garota com olhos de caleidoscópio,An.
2 comentários:
eu sinceramente não sei o que dizer mais de uma pessoa que pega as asneiras mil que falo pela internet (sem dar oi) e transforma nisso =]
realmente essa porta ficou por incontáveis meses quase gritando por ser ouvida, até que enfim tiraram-na dali. é incrível como a passividade daquela porta me incomodava! enfim, nao vou ficar dissertando sobre um pedaço de madeira que você já poetizou, rs =)
obrigada, doce Al.
"decifra-me ou devoro-te."
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