Uma lua na janela que dá pra rua
Não é uma lua,
São muitas.
Muitos olhos a espreitam,
Por trás de sua visão de mundo.
E o mundo também a espreita
Por trás de sua visão da gente.
Uma lua não é uma lua,
É antes um orgão imenso,
Pulsando no organismo silencioso e apoteótico do Firmamento.
A lua é antes um ovo do que um satélite.
É antes um trapezista sem cordas,
Do que um sinal.
A lua que vês pela esquina dos olhos,
Está troçando.
Está constipada e melancólica,
Ou entrépida e voluptuosa.
A lua que vês,
Não é a mesma que vejo.
As luas são imaginárias
E nunca factuais.
São infinitas luas,
Num céu sem dono.
2 comentários:
'um trapezista sem cordas', ótimo
entendi "infinitas luas". não tinha parado pra pensar. Ótimo título!
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